Bebê Reborn, Algoritmo e o Vazio no Feed
- Liliam Cristina
- 20 de mai.
- 1 min de leitura

Os bebês reborn voltaram a viralizar — e não por seu uso terapêutico legítimo. O que temos visto são vídeos com trilha dramática, pessoas adultas encenando a maternidade, e um público em massa reagindo com likes, risadas ou indignação. O conteúdo é feito para chocar, para chamar atenção. E, claro, para engajar.
Esse tipo de espetacularização artificial revela uma verdade incômoda: quanto mais raso, mais compartilhável. E isso contamina nossos feeds com uma avalanche de informações inúteis que ocupam o espaço de pautas importantes, reflexões reais e debates que poderiam nos levar a algum lugar.
Do ponto de vista antropológico, há algo grave nesse comportamento coletivo: a tendência humana de consumir e propagar o bizarro e o sensacionalista, em vez do relevante. É a lógica do algoritmo alimentando a mente com dopamina rápida — e, muitas vezes, fake news.
É preciso lembrar que o uso terapêutico dos bebês reborn existe, especialmente no contexto do luto ou de transtornos emocionais. Mas o uso exagerado e performático pode mascarar adoecimentos mentais mais profundos, além de alimentar distorções da realidade nas redes sociais.
Como criadores e estrategistas de conteúdo, temos o dever ético de pensar no impacto do que promovemos. Nem tudo que viraliza merece ser amplificado.
🧠 Que tipo de conteúdo estamos ajudando a perpetuar?
📉 O engajamento vazio é o novo sintoma do esgotamento digital.
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